Igreja
Evangélica Assembleia de Deus – Recife / PE
Superintendência
das Escolas Bíblicas Dominicais
Pastor
Presidente: Aílton José Alves
Av. Cruz Cabugá, 29 –
Santo Amaro – CEP. 50040 – 000 Fone: 3084 1524
LIÇÃO
04 – SUPERANDO OS TRAUMAS DA VIOLÊNCIA SOCIAL
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, definiremos o termo violência e abordaremos sobre a sua origem e
multiplicação com o passar dos anos.
Pontuaremos
ainda alguns tipos de violência que existem e são praticadas atualmente.
Veremos que um cristão fiel não está
livre
de sofrer atos de violência como roubo, assassinato entre outros, porque
enquanto estivermos no mundo sofreremos
aflições
e também porque Deus é Soberano e pode permitir que estes males sobrevenham a
qualquer pessoa. Por fim,
destacaremos
o papel da igreja como lugar de cura, libertação e amor, socorrendo as pessoas
vitimadas por traumas decorrentes
da
violência social, bem como na ressocialização daqueles que foram autores da
agressão.
I – DEFINIÇÃO DE VIOLÊNCIA
O
dicionário Aurélio define o termo violência como: “constrangimento físico ou
moral; uso da força ou coação”. Nas
páginas
do Antigo Testamento o termo “violência”
do hebraico “hãmãs” quer
dizer: “maldade, malignidade, agravo”. Podendo
ser
traduzida também como uma “maldade
violenta”. É este o sentido que aparece em (Gn
6.11): “A terra, porém, estava
corrompida diante da face de Deus; e encheu-se a
terra de violência”.
II – ORIGEM E MULTIPLICAÇÃO DA VIOLÊNCIA
Deus
criou o homem um ser gregário, ou seja, tendente a se relacionar com o outro,
constituindo-o em família (Gn
1.28),
porém a desobediência de Adão e Eva trouxe o pecado para a raça humana (Gn
3.16-19), desestabilizando todo tipo de
relacionamento
(Rm 5.12). Com certeza, o casal não imaginava que sua desobediência traria
tantos males ao mundo, no
entanto,
percebemos como a natureza pecaminosa se desenvolveu em seus descendentes (Rm
3.23; 6.23). Vejamos alguns
exemplos
de violência registrados pela Bíblia:
· Caim, movido pela inveja, mata Abel seu irmão: “E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu
que, estando eles
no campo, se levantou Caim contra o seu irmão
Abel, e o matou” (Gn 4.8).
· Lameque gloria-se por ter cometido um duplo homícidio: “E disse Lameque a suas mulheres Ada e Zilá: Ouvi
a
minha voz; vós, mulheres de Lameque, escutai as
minhas palavras; porque eu matei um homem por me ferir, e um
jovem por me pisar” (Gn 4.23).
· Na geração antediluviana o mal começou a multiplicar-se
sobre a terra de tal forma que, o escritor do livro do Gênesis
nos
mostra um panorama de um mundo sem Deus, da seguinte forma: “A terra, porém, estava corrompida diante da
face de Deus; e encheu-se a terra de violência. E
viu Deus a terra, e eis que estava corrompida; porque toda a carne
havia corrompido o seu caminho sobre a terra” (Gn 6.11,12).
· O apóstolo Paulo nos dá uma dimensão de como estava o mundo
corrrompido de sua época: “Estando
cheios de toda
a iniqüidade, prostituição, malícia, avareza,
maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade;
sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de
Deus, injuriadores, soberbos, presunçosos, inventores de males,
desobedientes aos pais e às mães; néscios,
infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem
misericórdia” (Rm 1.29-31)
III – TIPOS DE VIOLÊNCIA
3.1 Violência física. Este tipo de violência diz respeito ao uso da força com o
objetivo de ferir. Vivemos numa sociedade tão
corrompida
pelo pecado quanto no período antediluviano, pois são inúmeros os casos de
violência mostrados diariamente na
mídia
televisiva, escrita, rádio e internet. Maus tratos com mendigos nas ruas e com
idosos, brigas dentro de estádios. Os jovens
principalmente,
têm sido incentivados por filmes e esportes que exaltam a violência, provocando
neles o desejo de vingança
quando
contraditados ou por nenhum motivo.
3.1.1 Violência sexual. Este tipo de agressão tem sido muito praticada. As pessoas
encontram-se estarrecidas diante de tantos
estupros
e casos de pedofilia que geram muitos traumas, conduzindo as vítimas ao suicídio,
depressão, problemas psicológicos
etc.
Essas práticas pecaminosas se tornaram tão corriqueiras, que têm deixado as
pessoas assombradas, com medo de saírem de
casa.
Alguns personagens bíblicos sofreram estes males: (Gn 34.2; II Sm 13.13,14).
3.2 Violência psicológica. Este tipo de agressão ataca o ser humano na sua auto-estima.
A violência psicológica ou agressão
emocional,
é tão ou mais prejudicial que a física, e é caracterizada pela rejeição,
depreciação, discriminação, humilhação e
desrespeito.
Atualmente muitas crianças e jovens sofrem bullyng
nas escolas. O dicionário Houaiss da
Língua Portuguesa
indica
a palavra “bulir” como equivalente a mexer com, tocar, causar incômodo ou
apoquentar, produzir apreensão em, fazer
caçoada,
zombar e falar sobre, entre outros. Este tipo de agressão atinge a alma (a sede
das emoções) do homem, gerando
traumas
psicológicos, fazendo com que alguns não queiram mais ir a escola, contraindo
complexo de inferioridade entre outros
males.
O patriarca Jó sofreu violência psicológica, por parte daqueles que vieram
“consolá-lo”, quando na verdade acusaram o
patriarca
de pecado (Jó 2.11-13; 16.2).
IV – O CRENTE NÃO ESTÁ IMUNE A VIOLÊNCIA
Os
adeptos da Teologia da Prosperidade afirmam que Deus têm que livrar o seu servo
da aflição, no entanto, a Bíblia
não
ensina assim. Lembremo-nos dos cristãos primitivos que enfrentaram os piores
tipos de sofrimentos e morte por causa da fé
que
professavam (At 6.8-15; 7.54-60; 8.1-4; 12.1-5; 14.4-28; Hb 11). E que ainda
hoje muitos se deparam com situações de
extrema
perseguição e constrangimento em países intolerantes. O cristão não é adepto da
Teologia Prosperidade (que diz que o
crente
não passa por aflição), mas da Teologia da Possibilidade, que ensina que Deus pode livrar se Ele quiser. Foi isso que
confessaram
os judeus ameacados a serem lançados na fornalha por não se curvarem diante da
estátua erigida por
Nabucodonosor:
“Eis que o nosso Deus, a
quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará da fornalha de fogo
ardente, e da tua mão, ó rei. E, se não, fica
sabendo ó rei, que não serviremos a teus deuses nem adoraremos a estátua de
ouro que levantaste” (Dn 3.17).
4.1 A vontade permissiva. Refere-se àquilo que Deus permite, ou deixa acontecer,
embora Ele não deseje especificamente que
ocorra.
De fato, muita coisa que acontece no mundo é contrária a perfeita vontade de
Deus, como por exemplo: o pecado, a
conscupiscência,
a violência, o ódio e a dureza de coração. Portanto, muitas aflições e males
que nos acometem são permitidos
por
Deus (I Pe 3.17; 4.19). Portanto, os cristãos não estão livres de enfrentar
esses tipos de violência acima citados. Pois
enquanto
estivermos no mundo estamos sujeitos a qualquer coisa (Ec 9.2). Isto significa
dizer que apesar de crermos que Deus
pode
livrar-nos de aflições, nem sempre Ele o faz. Isto está dentro da vontade
permissiva de Deus.
V– O PAPEL DA IGREJA DIANTE DO MUNDO VIOLENTO
Como
sabemos, a Igreja de Cristo promove campanhas em socorro às vítimas de
catástrofes, faz um serviço de
utilidade
pública ao desenvolver projetos que visam ressocializar indivíduos imersos nas
drogas, delinquência, etc. através da
ministração
da Palavra e utilização de recursos afins visando
a transformação social. Sem dúvida alguma,
a Igreja é a luz que
irradia
e promove transformação nas relações humanas (Mt 5.16; 1Pe 2.9,10). Ela busca
realizar a intervenção no espaço
público,
transformando a sociedade por meio da: oração ( At. 4.23-31; 1 Tm 2.1-5); e da
evangelização (Mt 28.19,20; Mc
16.15-20),
onde vidas são transformadas pelo poder do Evangelho, libertando os cativos
oprimidos do diabo que antes estavam
no
mundo da delinquência, vícios e idolatria (Ef. 2.1-3; 4.17-31; 1 Ts 1.6-10).
Vejamos como a igreja atua diante de um mundo
violento:
5.1 Como lugar de cura. Apesar de uma pessoa que tem traumas decorrentes de uma
violência sofrida, procurar
prioritariamente
um auxílio psicológico, não podemos deixar de dizer que a Igreja é um lugar
onde os traumas podem ser
curados.
A vítima encontra na Palavra de Deus e no poder do Espírito Santo, condições de
vencer e superar toda e qualquer
consequência
do mal que sofreu. A exemplo disto, temos vários exemplos de pessoas que foram
restabelecidas para glória de
Deus
(Sl 103.3; Lc 4.18; 5.17-26; Tg 5.14,15).
5.2 Como lugar de libertação. Definitivamente as cadeias públicas não conseguem regenerar
uma pessoa delinquente, apesar
de
ser o propósito principal pelo qual foram criadas. No entanto, na Igreja
encontramos a maior agência de ressocialização para
indivíduos
infratores. A pregação do evangelho tem contribuído para a libertação de vidas,
resgatando-as de sua vil maneira de
viver
e regenerando-as, fazendo com que homens violentos se tornem pessoas de bem e
pacificadores (Mc 5.1-20).
5.3 Como lugar do amor. O que as pessoas não encontram no mundo cheio de violência,
encontram na Igreja, pois, o amor de
Deus
está derramado no coração daqueles que a compõem (Rm 5.5). A convivência com os
santos proporciona bem estar físico,
emocional
e espiritual para todos aqueles que se tornam participantes de sua comunhão.
Envolvidos nesta atmosfera somos
impelidos
a amarmo-nos uns aos outros, fazendo pelo próximo o bem que desejamos receber
(Rm 12.10; I Ts 4.9).
CONCLUSÃO
Como
pudemos ver, não temos como evitar sermos vítimas desta violência que há ho
mundo. Enquanto estivermos nele
estaremos
sujeitos a todo tipo e forma de sofrimento. No entanto, devemos confiar em Deus
que pode nos livrar, mas se Ele não
quiser,
continuará sendo Deus e nós permaneceremos seus servos. Neste mundo sofreremos
aflições porém, aguardamos a
restauração
de todas as coisas e um lugar onde a maldade não habitará (II Pe 3.13)
REFERÊNCIAS
· STAMPS, Donald C. Bíblia
de Estudo Pentecostal. CPAD
· VINE, W.E et al. Dicionário Vine. CPAD
· ANDRADE,
Claudionor de. Dicionário
Teológico.
CPAD.
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quinta-feira, 19 de julho de 2012
RESUMO DA LIÇAO 04. SUPERANDO OS TRAUMAS DA VIOLÊNCIA SOCIAL
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